dezembro 24, 2007


reclama, reclama, reclama. só abre a boca pra isso. a vejo colada aos cantos resmungando para a perede do oco do corpo, das pernas que pendem, do tato que se esvai. abre a boquinha contando palavras, sussurando dias e noites de plena lembrança dolorida e rouquidão interna. abotoa com um botãozinho a boca há pouco escancarada de pavor. tem um ar muito virginal e não me parece ter sido de alguém em nenhuma de suas vidas, mas de virginal só deve ter o ar, de vez em outra lhe escapa uma dessas histórias cabulosas. enrroscada dos pés a cabeça. duração de anos, três, cinco deles e o rosto liso, livre de qualquer preocupação ou vincos...

N.