fevereiro 15, 2007

verde claro.

Um par de olhos sorrindo de longe procurando alguma coisa para olhar, olha fixo através dos meus. O fundo acinzentado pulando pra fora dos olhos, o sorriso de lado no rosto. Rondava por mim caçando olhares, se escondia atrás de outros olhando de longe como se fosse algum tipo de jogo. Não perguntava nada, tão menos respondia, só dizia as coisas, uma atrás da outra, falando rápido, trocando as letras, se perdendo entre os murmúrios. Esperava pelos meus olhando no relógio, caminhava impaciente com os pés descalços em frases soltas. Sorria e tentava dizer alguma coisa nos segundos que se passavam, sorria de volta andando devagar sentindo seu olhar pelas costas.

N.

fevereiro 13, 2007


pega um cigarro amassado de dentro do bolso, acende. a fumaça vai consumindo tudo tudo até soltar aquele rangido. é falta de óleo.falta de óleo sim ,eu sei que é, eu sei.nhem nhem vai ficar fazendo até não agüentar mais . dai vai e acende outro, mas um daqueles outros. a fumaça te enrosca, aperta, e faz apitar tudo, um silencio absoluto. mas volta fazer nhem nhem nhem e é essa a hora que você sabe que tem que dormir e acabar de vez com o atrito dos pensamentos.

N.

fevereiro 10, 2007

E dói lá no fundo. dói doido, corroe. corroe perna, corroe braço, músculo e osso, corroe o sangue, a mente, o brilhantismo amansado. Te come por dentro, deixa podre. podre mesmo igual uma maçã, cheia de bicho, fel, ódio, escarro. cospe cospe e sai bicho e mais bicho. podridão. Ai que nojo! Nojo. Nojo de você e desses seus bichinhos come-come.


N.